EMoD cria figurino de residência artística no Oi Futuro

O Escritório Modelo de Design PUC-Rio foi responsável pela criação do figurino da instalação Som, uma coreografia para surdos, de Clara Kutner, parte da residência artística ArtSonica do Oi Futuro. A instalação está disponível para visitação até dia 15 de setembro no Oi Futuro.

A professora Luiza Marcier, supervisora de Design de Moda do EMoD, foi responsável por este projeto e contou que foi dividido em duas etapas: “a gente participou fazendo o figurino do vídeo, onde os bailarinos são sempre filmados dançando acompanhados de instrumento musical. Cada bailarino vai representar um som na dança, dois destes bailarinos são deficientes auditivos. Na instalação não tem mais o som, então a Clara desenvolveu uma superfície vibratória que você coloca os pés no chão e as mãos numa superfície onde você tem a vibração do som para que todo mundo possa ouvir a música como os surdos ouvem, que é a partir da vibração. Na segunda parte, chamamos a ex-aluna Beatriz Terço, de Mídia digital, que faz trabalho com eletrônica e, com a nossa supervisão, fez uma peça vibratória que é uma mochila que as pessoas colocam nas costas, assim elas têm três pontos de contato: os pés, as mãos e as costas. A gente fez essa peça vibratória que decodifica o som em vibrações para que as pessoas possam sentir a música de uma outra maneira, como as pessoas que não ouvem, sentem”.

Sobre o processo de criação do figurino a professora contou com o apoio da atual estagiária do EMoD, Carolina Curvello, e com aluno do DAD Matheus Valois. De acordo com Luiza, o figurino foi feito a partir da reciclagem de peças e de acervos antigos comprados em brechó. “A gente buscou também, em vez de fazer, confeccionar coisas novas, usar também essa questão do reciclado, dar novos significados. Como o fundo da filmagem era todo preto, e o flamenco tem essa coisa do preto e do vermelho muito forte, a gente decidiu fazer um figurino todo preto para que as mãos, os pés e o rosto se destacassem das outras expressões e a roupa funcionasse como uma moldura” afirma.

A residência artística da cineasta e dançarina flamenca Clara Kutner tem a inclusão como tema central. Ela propõe receber o visitante (surdo ou não) sobre uma plataforma de madeira, que receberá estímulos vibratórios emitidos pelos sons graves de músicas da dança flamenca. Assim, ao acompanhar a coreografia exibida em vídeo, o público pode entender como um dos bailarinos do vídeo, que é surdo, consegue dançar no ritmo da música. O vídeo do projeto está disponível aqui.

Oi Futuro
Rua dois de Dezembro – 63 – Flamengo
Visitação: terça a domingo, das 11h às 20h