Livro da profa. Luciana Grether selecionado por clube de leitura da ONU

O livro Marinela, Editora ZIT, escrito e ilustrado pela professora Luciana Grether foi selecionado para compor o Clube de Leitura ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) em Língua Portuguesa na categoria igualdade de gênero. 

O Clube de Leitura em Língua Portuguesa é um projeto que reune uma lista de obras em Língua Portuguesa ligadas aos temas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. No Brasil, o processo de seleção dos livros foi feito pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), a Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), seção brasileira da iBBY, e a Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, Cientistas da Informação e Instituições (FEBAB). O objetivo do clube é usar livros como ferramenta que incentiva crianças entre 6 e 12 anos a interagirem com os princípios dos ODS. 

 

Sobre o Livro:

Uma história feminista, em pleno sertão brasileiro.

Com imagens e versos de extrema delicadeza, Marinela narra como uma menina descobre que não precisa de príncipe algum para ser feliz.

Marinela é uma garota alegre que mora num castelo com a avó e a tia, e que aguarda a chegada de um príncipe que vai lhe pedir em casamento. Pelo menos é o que dizem lá no sertão onde fica o castelo — que é, na verdade, uma casa de taipa. É nesse sertão cheio de vida e de cantoria, no qual o povo trabalha e se diverte sobre a terra batida, fazendo versos de improviso, que a menina espera, espera… Mas nada do príncipe chegar. Aos poucos, a espera vai ficando para trás. Marinela, menina encantada pelo mundo ao redor, vai crescendo e descobrindo que é dona de seu próprio tempo. E que não precisa de príncipe nenhum para viver plena e feliz.

Com imagens e versos de extrema delicadeza, Luciana Grether dá vida a personagens que representam a exuberância singular do sertão brasileiro. Lançando luz a um espaço e a um viés tão pouco retratados na literatura para crianças, a autora elabora um precioso elogio à força da sabedoria feminina e da cultura do interior do país. Palavras como “feminismo” ou “emancipação” não aparecem em parte alguma na narrativa. Este é, porém, um livro feminista — e um elogio à emancipação, à força e à criatividade das mulheres.

E é, também, uma história sobre o tempo. Sobre a sabedoria e a intuição — tão femininas — de quem aprende a lidar com os ritmos da natureza e da vida. De quem substitui a espera passiva e subserviente pelo labor e pela alegria de pertencer a uma cultura e a um lugar. Marinela é uma personagem rara nas narrativas do gênero. Negra, pobre, habitante do sertão, esse lugar tão negligenciado, representa todas as meninas brasileiras cheias de vigor e de sensibilidade, que traçam sua própria história à revelia de príncipes ou reinos encantados.